sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tecnologia, suporte da vida no século XXI



Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, o ser humano continua frágil diante do universo que o cerca, ignorante ante muitos desafios com que sua inteligência se defronta e, principalmente, incapaz de se manter no rigor do lado ético da vida. (Nivaldo Jr.)



O século XX foi marcado por duas guerras que envolveram o mundo e mostraram o estágio de intolerância que o ser humano pode atingir quando acredita em ideologias ilusórias.
Um ponto positivo, contudo, deve ser apontado durante esse período: as inovações tecnológicas e novos materiais, frutos das pesquisas desenvolvidas durante os períodos de conflito e que nas décadas seguintes foram aperfeiçoados para proporcionar conforto à humanidade.
Exemplo claro de tais pesquisas é a internet, quem em seus primórdios foi um projeto originalmente concebido com fins defensivos e que acabou por popularizar-se e tornar-se ferramenta indispensável para a vida do novo milênio.
No limiar do novo século (XXI), o mundo assiste a um processo, a globalização, fenômeno, que apesar de antigo, ganhou novos contornos e maior exposição na mídia, sendo apresentado como solução para o estágio de evolução que a humanidade se encontra.
Esse fenômeno possui vários aspectos de cunho cultural, comunicacional, político e econômico. Dessa forma, o individuo, produto desse processo, apresenta-se com o desejo de ser cada vez mais competitivo, a fim de conquistar novos nichos de mercado, além de ter como necessidade a tomada de decisões em tempo real, gerando assim, novos modelos relacionais.
Alvin Toffler afirma que “(...) nas economias da terceira onda baseadas na mente, a produção em massa (que quase poderia ser considerada como a marca definidora da sociedade industrial) já é uma forma antiquada” (1993:39). Diante do exposto e da afirmação do autor, pode-se pressupor que a informação passa a ter papel relevante e ser vista como bem de consumo com alto valor econômico no mercado de capitais.
A complexidade do novo sistema exige trocas de informações cada vez maiores e mais ágeis entre suas unidades. As economias desse novo período funcionam em velocidades tão aceleradas que se faz necessária mão de obra especializada, com capacidades e habilidades genéricas capazes de se adaptar às mais diversas situações que se apresentarem.
O professor inglês Stuart Hall propõe que “(...) as transformações associadas à modernidade libertaram o indivíduo de seus apoios estáveis nas tradições e nas estruturas” (1999:25). O resultado desse período classificado como modernidade é que ele tende a produzir um sujeito histórico fragmentado com deficiências de aprendizagem, emocionais e relacionais. As deficiências do sujeito da modernidade geram crises de identidade, nas quais o indivíduo perde a noção de limite entre o real e o imaginário, “resultando nas identidades abertas, contraditórias, inacabadas, fragmentadas, do sujeito pós-moderno” ( Hall, 1999:46).
Neste contexto, a tecnologia da informação – invenção humana – e sua ferramenta a internet, surgem com o intuito de facilitar a vida, proporcionando a eliminação de processos demorados, de forma que o tempo racionado possa ser empregado em outras atividades que agreguem valor ao ser humano.
Grande parte daquilo que se pode chamar de eventos importantes da vida diária, sofre influência da tecnologia da informação e são intermediados por um computador. Pode-se afirmar que tais transformações permitem a geração de novos modelos econômicos, comerciais, educacionais e relacionais, baseados em plataformas dinâmicas que permitem decisões e comunicações em tempo real, aumentando a competividade e interatividade entre os atores de determinado cenário.
A oferta de soluções que garantam disponibilidade, acessibilidade, facilidade, agilidade e segurança, permitindo aos consumidores interagir via internet com seu fornecedor escolhido é fator primordial nas estratégias de negócios, pois o consumidor ou o potencial interessado, tem necessidades que anseia satisfazê-las, por isso, dará sua preferência àquele que lhe proporcionar mais vantagens. Considere-se também como vantagem estratégica, o fato de que a internet, além de ser uma ferramenta dinâmica, não está limitada às fronteiras, reduzindo distâncias, o que proporciona mais competitividade entre os integrantes deste novo formato da economia.
Dessa forma, toda uma infraestrutura surge para suportar esses novos modelos virtuais, que prometem facilitar a vida de seus usuários, resultando em sites voltados ao comércio eletrônico, disponibilização de serviços bancários, relacionamentos, noticias, serviços públicos, entretenimento, entre outros. Some-se a isso, alguns ganhos de escala, tais como o fato de que por serem virtuais, esses serviços não geram a necessidade de instalações físicas, resultando a redução de custos, o que se possibilita atingir um público maior com investimentos menores e conseqüentemente, no aumento de lucro para as empresas que se dispuserem a participar desses modelos virtuais.
Neste contexto, a informação passa a ser um bem de troca, torna-se moeda, e tem valor monetário, pois pode influenciar mercados. Perdas de dados, acessos não autorizados, roubo de informações, disponibilidade e confidencialidade tornam-se pontos vulneráveis neste processo que necessitam ser mitigados da melhor forma possível. Entende-se, diante disso, que não bastam inovações tecnológicas que propiciem ganhos em escala se não forem considerados e mitigados os riscos que envolvem o processo.
A informação é um dos elementos essenciais para uma empresa ou organização. Manter sua confidencialidade, integridade e disponibilidade é fator crítico para o sucesso de toda a empresa que s não considerados podem comprometer toda uma cadeia de decisões ou negócios, causando prejuízos para os envolvidos.
Políticas de Segurança da Informação, orientações aos usuários, implementação de certificados digitais, senhas e outros dispositivos que permitam transações e interações seguras, são componentes essênciais para resguardar as informações. Deve-se considerar que o sucesso de todo este aparato depende de um elemento fundamental nessa cadeia, responsável pelo sucesso ou insucesso de toda a infraestrutura que suporta a vida do século XXI – o ser humano.




Referências Bibliográficas:

ALECRIM, Emerson. O que é Tecnologia da Informação (TI). Disponível em: <http://www.infowester.com/col150804.php>. Acesso em: 13 maio 2008.
CARMO, Paulo Sérgio. O Trabalho na Economia Global. São Paulo, Editora Moderna, 1998.
DELEMOS, Virmond Richard. e-Economics: O impacto da internet na economia. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, São José dos Pinhais, 2000. Disponível em: <http://www.widebiz.com.br/ebooks/delemos/economics.pdf>. Acesso em: 13 maio 2008.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 11a reimpressão. Graal, Rio de Janeiro, 1999.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. DP & A Editora, Rio de Janeiro, 1999.

NIVALDO JR. José. Maquiavel, O Poder – História e Marketing. 2a Edição. Martin Claret, São Paulo, 1999.

ROCHMAN, Alexandre Ratner. Globalização – uma introdução. Desatino, São Paulo, 2003.

TOFFLER, Alvin e Heidi. Guerra e Antiguerra – Sobrevivência na Aurora do Terceiro Milênio. 2a Edição. Record, Rio de Janeiro, 1993.

Um comentário:

  1. Ganha-se na agilidade, mas se for usada de forma extremista, os valores se perdem.
    É o que eu mais vejo em relação a 'nova geração'- diferente do que acontece com os mais velhos, pois, os mesmos foram gerados numa época onde essa 'tecnologia' não era tão abundante, permitindo assim um contato maior entre si, ao invés de apenas e somente virtual.
    obs: seus textos são muito bons.
    by kléoh

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